Um dos principais desafios do próximo governador gaúcho é, sem dúvida, a infraestrutura. A reduzida capacidade financeira do Estado por décadas inviabilizou maiores investimentos na área. Nesse contexto, as estradas são certamente um obstáculo para o desenvolvimento. Com uma malha de 18,9 mil quilômetros, entre vias estaduais e federais, o Rio Grande do Sul tem apenas 509,87 quilômetros de rodovias duplicadas, o que equivale a 2,7% do total.
Na outra ponta, a frota gaúcha de veículos aumentou cerca de 176% em 16 anos, saltando de 2,17 milhões de veículos em 1998 para 5,86 milhões este ano. O aumento do fluxo de veículos começa a estrangular as estradas. A RSC-287, principal ligação de Santa Maria com a Capital, é o retrato desse esgotamento, segundo usuários.
Este é o segundo problema que o Diário mostra em uma série de reportagens sobre as Eleições. O próximo governador terá de encontrar uma solução para melhorar de vez a estrada.
A RSC-287, com fluxo mensal de 221 mil veículos e que se estende por 241 quilômetros entre Triunfo e Santa Maria, não tem trechos duplicados e, conforme o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), não há previsão para obras de ampliação da pista.
Certamente, nós precisamos urgentemente de um acesso mais fácil para a Capital. É um gargalo de nossa infraestrutura aponta Vilson Serro, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm).
O Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) aponta que o Estado precisaria de R$ 3 bilhões para construir novas vias e manter as já existentes. Neste ano, o governo federal deve injetar R$ 1,5 bilhões e o Estado R$ 600 milhões para manutenção e novas rodovias.
O valor é maior do que o aplicado nas últimas décadas, mas ainda está abaixo do necessário.
Para o professor de Engenharia de Produção e Transporte Luis Afonso dos Santos, da UFRGS, a participação privada poderia resolver o problema da infraestrutura. Para isso, a adoção de parceria público-privadas seria uma alternativa para correr atrás do prejuízo.
Mais da metade com a EGR
Desde 2013, 149 quilômetros da RSC-287 passaram para a gestão da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o que equivale a 61,8% dos seus 241 km. O trecho administrado pela EGR, que vai de Tabaí a Paraíso do Sul, tem dois pedágios. A promessa do atual governo é investir o valor da cobrança do pedágio na melhoria da via. A EGR anunciou a duplicação de 4 km da RSC-287 em Santa Cruz do Sul e estudo para fazer o mesmo em outros trechos no futuro.
Para motoristas, a demora é um dos problemas
Em janeiro de 2014, acabou o prazo de 15 anos de concessão de estradas gaúchas para empresas privadas. Marcado por disputas judiciais entre concessionárias e o Piratini, reclamações dos usuários por causa do preço das tarifas dos pedágios e do baixo investimento em obras, o episódio resultou na devolução de 1,8 mil quilômetros ao Estado após o fim do período de concessão.
A estrada não está das piores. Os problemas são os buracos. Duplicação é uma reivindicação antiga. Pagamos pedágios há muito tempo e nunca recebemos melhorias reclama Paulo Brondani, presidente do Sindicato Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de Santa Maria.
Brondani reclama também do engarrafamento em alguns horários e trechos, principalmente próximo a acessos de cidades como Santa Maria e Santa Cruz do Sul.
A demora para chegar à Capital aumentou, sem dúvida. Todo o motorista que passa por aqui, confirma isso finaliza.
O capitão Roberto Donato, do Comando Rodoviário da Brigada Militar, que trabalhou na via por cinco anos, afirma que a principal necessidade é de mais investimentos para melhorar a segurança dos usuários. Para isso, deveriam ser construídos novos t"